sábado, 29 de dezembro de 2012

PERDI A FORÇA E O FOCO!

 Como eu gostaria de escrever aqui que a vida está ótima, que está tudo bem e que este ano foi um dos melhores. Porém, estaria mentindo se escrevesse isso. Todo início de ano, a esperança está no nosso coração e sonhamos com um tempo de paz, saúde e prosperidade para nós e para todos a quem amamos.
 Este ano, como nos outros, a esperança estava em meu coração. Apesar das lutas que enfrentamos no dia a dia, segui a vida esperando boas mudanças, muita paz, muita saúde e muito tudo de bom, pois a vida, pelo menos a minha, já vinha sendo meio sofrida há algum tempo.
 Sem querer reclamar, não sou disso, prefiro mil vezes agradecer do que me lamentar, é apenas um desabafo, eu não imaginava nem de longe que neste  ano eu passaria por tristezas tão grandes. 
 Em abril, uma grande colega de trabalho partiu de repente, deixando muita saudade e um vazio enorme na nossa escola. A dor da separação é triste e difícil de suportar.
 Logo depois, meu irmão adoeceu, mas nem de longe imaginávamos que o problema era tão grave. Houve sim uma negligência médica e, por conta disso, nem ele deu tanta importância ao ocorrido. Nós, as irmãs, sempre cobrando dele para fazer os exames, mas eu não sei o que acontece com os homens, tão teimosos, e ele não era exceção. Demorou para marcar os exames, mas estava tomando medicamentos, porém, continuava trabalhando. Fazia três anos que tínhamos perdido um irmão e a ferida estava cicatrizando ainda, quando um dia , de madrugada, vivemos um replay horroroso, angustiante, irreal. Meu irmão caçula, 44 anos, bonitão, nosso grande companheiro, amigo, confidente, muito amado por toda a família, infartou de madrugada e se foi. Triste?  Não tem o que nos console, estamos esperando em Deus e no tempo que, a cada dia, nos traz mais saudade daquele irmão brincalhão, sempre junto de nós. Mais que um irmão, um amigo, que trabalhou até o último dia e, quando estava deitado, descansando e lendo, passou mal e partiu.
 O que muito me consola é saber que não ficaram coisas por falar. Amo-o  demais e ele continua vivo em meu coração, para sempre! Também, tenho fé que ele está em um lugar muito lindo com meus outros irmãos e meu pai e, um dia, vamos nos encontrar e nos abraçaremos como nos abraçávamos aqui, não sentiremos mais essa dor que quase nos mata, a dor da saudade e, enfim, nada temeremos e viveremos na santa paz.
 Por um tempo, perdi a força de fazer muitas coisas, mas sei que aos poucos estarei retornando, afinal, temos que prosseguir e cumprir a nossa missão. Com a ajuda do nosso Pai, eu vou conseguir  sobreviver a mais essa tempestade, já estou conseguindo!
 Hoje, não tenho planos, não faço projetos, vivo um dia de cada vez e minha maior preocupação é minha mãe e minha irmã que cuida dela. Muitas vezes, choramos juntas, pois a saudade machuca demais.
 Não haverá festas de final de ano, mas ficaremos juntas, nem que seja pra chorar. Não pensaremos na esperança de um ano melhor, apenas pediremos paz, saúde e muita força para continuarmos. O tempo vai passar e, eu creio, ele há de amenizar essa dor indescritível que estamos sentindo.
 Peço desculpas pelo desabafo e, desejo de coração, que todos meus amigos que passam por aqui vivam o ano de 2013 cheio de paz, saúde e muitas alegrias juntos da família e dos amigos.
 Que Deus, Nosso Pai, abençoe grandemente a todos nós, que nos dê serenidade para aceitar o que não pode ser modificado e que jamais percamos a fé!


                                    CORTAR O TEMPO

     Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
     A que se deu o nome de ano,
     Foi um indivíduo genial.

     Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

     Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
     Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade
     de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
                                                                                 Carlos Drummond de Andrade



***imagem tirada do google.